POR CARLOS ALBERTO FARRACHA DE CASTRO -
A liberdade de informação e de expressão são princípios basilares em qualquer sociedade democrática. Sucede que a informação enfrenta uma verdadeira transformação, por intermédio de novas mídias digitais, redes sociais, serviços de streaming e outros aplicativos. Não se quer dizer aqui que a TV tradicional deixará de existir. Não é isso. Porém, terá que se reinventar.
Sucede que essa revolução vem acompanhada da manipulação e, por conseguinte, das fake news, originando uma verdadeira manada de neófitos, para não usar outros predicados. É fato que os grupos de WhatsApp se tornaram verdadeiras “neo cavernas”, relembrando aqui os ensinamentos de Platão. Ou seja, a manada de seguidores dos grupos de WhatsApp recebem notícias inverídicas e, como se fosse um dogma, disseminam imediatamente para outras, consolidando aquela máxima nazista, que uma mentira repetida diversas vezes torna-se uma verdade. Afinal, os viciados em “Whats” recusam-se averiguar a fonte das notícias ou mesmo pesquisar, estudar e ler. Enfim, são objeto de manipulação sem perceber. Triste realidade.
Soma-se a tudo isso a mídia que direciona as pessoas segundo seus interesses. Em determinado momento, somente se fala da Covid-19 ou da reforma tributária; por óbvio, temas relevantes. Todavia, esquece-se de debater outras políticas públicas, a exemplo da redução das desigualdades, educação e proteção do meio ambiente. Exemplo disso é que ninguém mais fala do inquérito das fake news, do projeto de emenda constitucional para autorizar a prisão em 2º grau, da necessidade de se discutir políticas públicas para minorar a corrupção endêmica que assola o país, em que pese a tentativa louvável da operação Lava Jato, que depois se perdeu na vaidade e abusos ao devido processo legal.
É preciso, portanto, se diferenciar do todo. Refletir. Estudar. Debater. Enfim, possuir massa crítica. Afinal, na vida em sociedade e na política não existe espaço vazio. A omissão das pessoas de bem ocasiona a ocupação de uma manada de acéfalos e hipócritas, cujo resultado já sabemos. Basta abrir a maioria dos grupos de WhatsApp. Enfim, é melhor parar por aqui.
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