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Foto do escritorDaniela Amaral

A verdade de cada um

Atualizado: 7 de nov. de 2023


O que vamos aprender hoje? Essa é a pergunta que o nosso cérebro nos faz todo amanhecer, pois é movido por um desejo infinito de aprender. O saber sempre foi uma moeda de extremo valor, já que conhecimento sempre significou poder. Estamos sempre dispostos a aprender mais, e a receber uma quantidade gigantesca de informações, no entanto, nessa busca pelo novo, muitas vezes vamos de encontro ao desconhecido e a caminhos tortuosos.


A sede de sabedoria nos trouxe ao ponto de nos tornarmos reféns do desconhecido, pois, com medo da escuridão e da ignorância, valemo-nos de que todo e qualquer conhecimento é válido, afinal aprender nunca é demais. Contudo, vivemos em uma época em que é preciso cautela para não perder o foco e ater-se ao que realmente importa. Afinal, como diria o Gato Cheshire do Livro de Alice no país das maravilhas: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve” (Lewis Carroll), e é por esses caminhos que muitas vezes nos fazem cair em armadilhas e pegarmos a direção errada, sendo levados de arrasto pela multidão que segue correndo de um lado e para o outro sem saber exatamente para onde vai e por que se esforçou tanto para chegar aonde está. Confuso? Sim.


Detentores de uma realidade criada por cada um de nós, disseminamos experiências taxadas como verdades inquestionáveis, e nos tornamos espectadores e consumidores de algo que já vem compilado e mastigado, trazido por programas na internet de A.I (Inteligência Artificial), que estudam o nosso perfil e nos trazem um volume gigantesco de informações agradáveis ao nosso aspecto. Com essa facilidade, absorvemos um volume maior de dados sem perder muito tempo, sem ter que avaliar o conteúdo que estamos recebendo, pois o tempo se tornou cada vez mais precioso. Diariamente, vemos uma sociedade manipulada pelo meio em que vive e doutrinada a acreditar no que lhe é mais conveniente, deixando de lado a análise dos fatos.


Perdemos a agilidade e a vontade de nos aprofundar em determinados assuntos, aprendendo de tudo e de quase nada, adquirindo informações superficiais, deixando-nos levar pela coletividade e entrando em brincadeira de criança conhecida como “Telefone sem fio”, em que cada um conta a sua verdade, distorcendo o que ouviu, colocando ou tirando palavras ou frases, interpretando a sua maneira.


É fundamental se libertar desse ciclo vicioso, classificando informações de qualidade, de forma que possamos abrir nossas mentes e analisar conceitos e fatos, tornar-nos seres únicos com ideias e opiniões individuais, capazes de divergir e de trocar experiências, objetivando que a nossa verdade seja apenas uma peça de um grande quebra-cabeça na rede de dados. É hora de cada um se responsabilizar pelo conteúdo que dissemina, ciente de que não há uma única verdade. A informação deve ser, portanto, um caminho para a nossa evolução e não para a nossa destruição.


É tempo de (re)organizar os acervos, (re)selecionar as informações de modo que elas tenham qualidade e veridicidade, pois nunca na história da humanidade tivemos uma biblioteca de informações tão ampla e rica e, ao mesmo tempo, tão falha. Cabe a cada um de nós usá-la a nosso favor de maneira coerente e proveitosa.



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