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Foto do escritorPatricia Botter Nickel

Autismo

Transtorno do Espectro do Autismo

Saber identificar o autismo em seu filho é primordial para que os pais possam oferecer condições que propiciem o seu bem estar, de modo a diminuir os sintomas e buscar uma autonomia dentro das possibilidades de cada criança. Assim, a atuação dos profissionais devidamente capacitados é imprescindível na busca de soluções das crianças que convivem com o Transtorno do Espectro Autista.

Nota-se que, apesar de ainda existirem dificuldades, houve um avanço em termos de políticas públicas no Brasil, permitindo a inclusão escolar das crianças portadoras do TEA (Transtorno do Espectro do Autismo).

Importante ainda é a sociedade acolher com empatia essas crianças e famílias para que possamos conviver em um mundo com mais amor e respeito às diferenças em relação ao próximo.



Nesse mês, o blog Livre Instância conversou com Márcia Maria Loss de Carvalho, Fonoaudióloga Infantil Clínica, graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1983-1986), pós graduada em Psicomotricidade e Estimulação Precoce pela Pontifícia Universidade de Comillas – Instituto de Ciências Sanitárias e de Educação (Madri – Espanha), Psicopedagoga pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP – PR) e Fonoaudióloga Escolar do Centro de Atividade Educacional Tistu.


Marcia trabalha com crianças, onde muitas delas iniciaram o tratamento no primeiro ano de vida. Para Marcia, é essencial que os pais fiquem atentos aos comportamentos de seus filhos e, em qualquer sinal procurem um médico profissional, pois quanto antes buscarem o tratamento, melhores serão os resultados.


TEA – Transtorno do Espectro do Autismo - Quando uma família deve procurar um fonoaudiólogo?


Diagnósticos de autismo continuam aumentando com abrangência em todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos. Os EUA divulgaram novos números da prevalência de autismo: 1 para 54. Isso quer dizer que a cada 54 nascimentos, uma criança tem o diagnóstico de TEA. Os dados estatísticos foram publicados pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention). O aumento é de 10% em relação ao número anterior, de 2014, que era de 1 para 59. A estatística, divulgada a cada dois anos pelo CDC, continua mostrando a proporção de 4 meninos para cada menina. Já sabemos que o autismo é um espectro e que faz parte da neurodiversidade, que é uma condição genética e hereditária, um fator muito importante nesse momento. Parte do aumento da prevalência pode ter relação com o progressivo movimento de conscientização da sociedade e entre os profissionais de saúde sobre a necessidade de triagem e tratamento do TEA. Estima-se que o Brasil, com seus mais de 200 milhões de habitantes, possua cerca de 3 milhões de pessoas com TEA.


A grande luta profissional é fazer com que os pediatras encaminhem, precocemente, as crianças para uma avaliação fonoaudiológica. É muito comum os pais perceberem alterações no desenvolvimento de seus filhos antes dos 24 meses, muitas vezes demoram em procurar por ajuda especializada, por isso, os profissionais da educação e da saúde tem um papel fundamental na identificação inicial dos sinais e sintomas de risco para o TEA. Já durante o primeiro ano de vida de uma criança, antes mesmo do surgimento da fala, os pais devem ficar atentos aos comportamentos comunicativos, aqueles que garantem a interação entre a criança e os adultos. Esses comportamentos são considerados precursores da linguagem e sinais de habilidades funcionais para compartilhar a atenção e reconhecer a outra pessoa como um ouvinte. Vários estudos demonstram que a identificação precoce dos sinais e sintomas de risco para o desenvolvimento do TEA é fundamental pois, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores serão os resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades sociais.


A Falta de Investimentos em Políticas Públicas podem Atrasar esses tipos de Tratamentos?


Se a complexidade em determinar os sinais de TEA ainda é uma barreira a ser ultrapassada, criar políticas públicas tem sido ainda muito mais difícil. Mesmo com o número saliente de crianças diagnosticadas dentro do espectro, a maior parte das famílias precisa recorrer à justiça para requerer, através de liminares, o custeio do tratamento pelo Estado ou Planos de Saúde. Muitas crianças estão sendo beneficiadas com Liminares e atendimentos de excelência, que transpassam métodos comprovadamente eficazes através de evidências científicas, mas num futuro muito próximo, essa demanda não poderá ser fornecida através de casos específicos. Será necessário lutar pela criação de políticas públicas onde existam locais adequados para o tratamento para essa população, com a inclusão de fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, além da relação com as demais áreas da equipe transdisciplinar.


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