Lembram da história de Adão e Eva?
Era uma vez, uma mulher, uma fruta e uma serpente e todos viviam isolados no paraíso.
Na época, os meios de informação eram diferentes, mesmo assim, a notícia se espalhou: Eva comeu o fruto da árvore proibida, porque a serpente falou que o sabor era bom.
Ela acreditou, comeu, gostou e compartilhou com Adão e ele amou! Porém, havia um certo CEO (Chief Executive Officer) naquele paraíso. Ele via tudo e usava uma espécie de logaritmo moral para controlar seus moradores. Conta-se que o tal CEO cancelou e expulsou o casal do paraíso, porque ambos burlaram o controle pré estabelecido, afinal eles ousaram experimentar o fruto proibido.
Imagino se, naquela época, o Adão e a Eva tivessem acesso à Internet, eles poderiam estudar, obter informações, de forma a mudar o rumo de suas histórias.
Quem sabe, Eva pudesse reclamar sobre o assédio da serpente e Adão, talvez, até pedisse outro tipo de comida ou ambos simplesmente buscariam outro paraíso para viver.
Nesse sentido, o mito tanto serve para ilustrar a importância da sobrevivência no mundo real, quanto para alertar sobre o controle exercido pelo mundo virtual.
Atualmente, há olhos virtuais em todos os espaços, as câmeras são presenças contínuas, os aparelhos celulares, transmitem, informam e acompanham cada passo – em tempo real – desde a intimidade do quarto até a escuridão da esquina.
Sim, o mundo – via redes e outras janelas virtuais – vê até nossas vísceras!
Constata-se, portanto, que ter informações e coisas ao alcance da mão, pode mudar a realidade, mas se há facilidade, há também exposição, vulnerabilidade e inúmeras formas de controle pessoal.
...e cada dia mais pessoas vivem isoladas em seus paraísos virtuais.
Cida Varela ✍
Revisão textual: Jhenyffer Nareski Correia - @j.nareski
Comments