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Foto do escritorGlória Farracha de Castro

Direito: uma escolha para a vida e uma escolha diária

Atualizado: 27 de jul. de 2022


Estou cursando o terceiro período de direito e tenho comigo a consciência de que tenho muito a aprender ainda. Mas às vezes, me pego pensando: por que escolhi cursar direito? Bom, eu cresci em uma família de advogados, e talvez isso tenha me influenciado, mas no bom sentido. Cresci no meio de debates calorosos, em cada almoço era uma pauta nova que dividia opiniões. E, mesmo quando criança, eu nunca me abstive, sempre manifestei minha opinião, sempre tive a necessidade de defender o que acredito. 


Hoje, na faculdade de direito, vejo como isso é necessário. É preciso levantar-se e dizer em voz alta o que acredita. Claro, de uma maneira bem fundamentada. Mas acredito que grande parte do curso é um processo de encontrar nossa voz. Encontrar aquilo pelo que queremos lutar. Mas tenho que admitir ser uma visão utópica. Entramos na faculdade de direito, querendo mudar o mundo e quando os anos se passam vemos que a realidade é um pouco diferente, o mundo real é mais cruel. 


Não obstante, tenho como minha convicção que um pouco dessa utopia é necessário, é como um combustível, nos motiva a sempre ir em busca do que acreditamos ser certo. E, por um lado mais racional, acredito que todos deveriam um dia ter contato com a área do direito. É necessário, é fundamental. O curso de direito vai muito mais além da Constituição e das leis, refere-se ao nosso cotidiano, nos mostra nossos direitos e nossos deveres, nos ensina sobre a sociedade, sobre o governo. 


Ao longo do curso, por lidarmos diretamente com pessoas e com problemas que afetam suas vidas, desenvolvemos empatia. Mas ao mesmo tempo, aprendemos a ser firmes, a sempre seguir em frente, afinal, as leis permeiam nossas ações. Aprendemos que toda regra tem sua exceção. Direito é uma ciência, sem dúvidas, mas uma ciência humana. Sendo esse o ponto que mais me fascina, estamos a todo momento nos baseando nas leis, em algo certo, preciso. Mas estamos lidando com pessoas, sendo cada caso um caso. Convivemos com o imprevisível, com o inesperado e, mesmo diante das surpresas, tentamos criar a melhor estratégia possível para o sucesso. É como uma vez me disse um professor: para alguém de exatas dois mais dois vai sempre ser quatro, mas para alguém de humanas, depende. E é essa combinação de ciência e subjetividade que me faz escolher o direito todos os dias.


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