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Foto do escritorDaniela Amaral

E depois?


Quanta dor conseguimos suportar? Será que o tempo é de fato o único remédio, ou será um simples anestésico?


E depois?


A fragilidade da vida por vezes se faz presente em um momento efêmero. As nossas vulnerabilidades se afloram e, assim, são postas em xeque diante de situações que nos fazem pensar: Mas, e depois? Qual será o sentido de tudo isso?


Dayo, um aparente executivo de sucesso, se vê perdido entre o ato de viver no modo automático e o de existir em um mundo onde é consumido pelo eco de um momento. Lançado pela Netflix no final de 2023, o curta ganhou destaque recentemente após ter sido indicado ao Oscar 2024. Em estilo live-action, ele conta a história de Dayo, um executivo que vive dividido entre o trabalho e o amor à família. Tudo aparentemente corria bem em sua vida até que em um dia comum ele é envolvido em uma tragédia. Sem chão, ele é consumido por lembranças; o tempo o transformará em uma pessoa vazia, quase um fantasma atormentado pelo seu passado. Dayo se vê, então, perdido entre o ato de viver no modo automático e o ato de existir em um mundo consumido pela fragilidade de um momento.


Para continuar existindo em mundo onde ele apenas sobrevive, passa a trabalhar como motorista de aplicativo. No vai e vem do trânsito, ele se torna um mero espectador das conversas e histórias alheias. Até que um dia ele se depara com uma família que trata a própria filha de forma indiferente, o olhar da menina para Dayo parece um pedido de socorro. É assim que a fragilidade da vida se faz presente e a dita infelicidade da menina e de Dayo se unem em abraço libertador de dor, de existência e de amor.


Ainda que o curta tenha apenas 18 minutos, ele nos traz várias mensagens sobre o que é a dor e o trauma, nos fazendo pensar o quanto esses sentimentos podem estar presentes no outro de formas completamente diferentes; e que, portanto, é necessário saber não só reconhecê-los, como ser empáticos diante dessas situações.


Daniela Amaral


Curitiba, 02 de abril de 2024

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