No dia 7 de outubro de 2023, o grupo extremista Hamas bombardeou Israel, causando inúmeras mortes. O mundo assistiu com perplexidade ao ataque surpresa, considerado para muitos pior que o atentado às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, consumado no dia 11 de setembro de 2001. Inacreditável, para dizer o mínimo.
Embora nada justifique esse ataque terrorista, para quem pretende compreender um mínimo das divergências existentes entre israelenses e palestinos, é indispensável assistir ao filme Oslo, veiculado pela rede de streaming HBO Max. O filme é produzido, entre outros, por Steven Spielberg e estrelado pela vencedora do Globo de Ouro, Ruth Wilson.
Ainda que não se trate de uma obra cinematográfica, o filme descreve a história real das negociações entre israelenses e palestinos, mediadas pelo Governo da Noruega, o que resultou em um acordo de paz, em 1993, assinado na Casa Branca. Interessante nessas negociações perceber as características de cada povo, suas mágoas e razões históricas para o conflito. Como consequência do acordo, ambos os povos se comprometeram a unir esforços para a realização da paz, bem como estabeleceram a retirada das forças armadas israelense da Faixa de Gaza. Além disso, foi garantido o direito dos palestinos ao autogoverno nas zonas governadas pela Autoridade Palestina. O acordo assinado entre os líderes israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres e o líder palestino Yasser Arafat rendeu o prêmio Nobel da Paz, em 1994.
Infelizmente, porém, outra consequência desse acordo foi o fortalecimento do Grupo Hamas, fundado em 1997, que se define como um movimento palestino de resistência. Ou seja, defende a instauração de um Estado Palestino e, portanto, a extinção do Estado de Israel. Em 2006, o grupo Hamas venceu as eleições parlamentares na Palestina e desde então passou a exercer o poder. O resultado veio à tona nos ataques criminosos do dia 7 de outubro de 2023. Esse assunto, porém, demanda outras reflexões.
Curitiba, Parque Barigui, 15 de outubro de 2023
Carlos Alberto farracha de Castro
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