A Ministra dos Direitos Humanos afirmou nas redes sociais que o atual governo está “princesando” as meninas.
O que é “princesar” uma menina?
E mais, será que as meninas querem ser “princesadas”?
Imagino que “princesar” é tornar princesa.
E o que é ser uma princesa?
É esperar ser salva por um homem como nos contos de fadas?
É ser linda, maravilhosa e sem opinião?
É se submeter a uma destino já traçado sem qualquer autonomia?
Muitos sutiãs foram queimados para que conseguíssemos ser senhoras do nosso próprio destino. Para que as meninas possam ser (e fazer) o que têm vontade.
Vivemos em um país com muita violência de gênero, cujo número de feminicídios é absurdo.
“Princesar” as meninas resolverá essa situação? Acredito que não.
Estamos inseridos em uma luta constante contra os padrões estéticos estabelecidos, que angustiam as jovens, provocando uma série de transtornos psicológicos.
“Princesar” as meninas ajudará? Claro que não, tendo em vista que as princesas trazem o ideal de beleza e perfeição.
Para sobreviver no mundo atual, as meninas precisam ser fortes, decididas, independentes. Livres para escolher se querem ser princesas, bruxas, médicas, advogadas, pilotas de avião ou jogadoras de futebol.
Não quero que a minha filha seja uma princesa, quero que ela seja feliz.
Vanessa Abu-Jamra Farracha de Castro
Revisão textual: Jhenyffer Nareski Correia - @j.nareski
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