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Foto do escritorDaniela Amaral

Repensando a Barbie

Atualizado: 19 de jul. de 2023


Teria um brinquedo o poder de gerar controvérsias em uma sociedade através de décadas?


A resposta para esse questionamento é: sim. Tiny Shoulders: Rethinking Barbie, ou, traduzindo, Repensando a Barbie foi produzido pela documentarista Andrea Blaugrund Nevins, com a proposta de entender o porquê da queda nas vendas desse brinquedo tão icônico. O documentário, disponível na Globo Play, nos traz algo além da popularidade da boneca no mundo infantil, pois fala sobre a evolução da mulher na sociedade. Somos levados a pensar sobre o que fomos, o que nos tornamos e o que poderemos ser.


Para entender um pouco sobre esse brinquedo, Tiny nos traz a história da boneca, que foi criada no final década de 50 por uma mulher, a proprietária da Mattel, uma pequena fábrica de brinquedos. Ruth Handler criou um conceito totalmente diferente do que havia no mercado: uma boneca loira, de cabelos longos, corpo longilíneo, formas alongadas, e o mais impactante: com seios. Esse último detalhe causou espanto na época, pois a bonecas daquele tempo eram representadas sem muitas formas, com um corpo mais infantil e recatado.


Barbie vinha com as pernas de fora, maquiagem no rosto, e sedenta por liberdade, pois quebrava o ciclo da sociedade em que mulheres eram criadas apenas para serem donas de casa e boas esposas. Ela trazia consigo a mensagem de que as meninas podiam ser quem e o que elas quisessem, podiam escolher o seu destino, tornando-se astronautas, médicas, ou até mesmo presidentes do país.


Contudo, gerações foram criadas cultuando um padrão de beleza que havia surgido seguindo os padrões da Barbie e que se tornou algo dito como ideal. As pequenas consumidoras não queriam ter apenas as profissões da Barbie, elas queriam o mesmo rosto, cabelo e o corpo da boneca.


Com o passar dos anos e das lutas das mulheres por seus direitos e respeito, houve um olhar mais atento sobre a frustação que a boneca causava nas gerações anteriores, que passaram a infância acreditando que aquela era a beleza real.


Com isso, o reinado da loira, que um dia fora o modelo de perfeição, começou a ruir.

O documentário ainda traz as tentativas de ressurgimento do brinquedo no mercado econômico. As novas estratégias de marketing foram focadas na diversidade cultural e nas diferenças anatômicas dos corpos. No entanto, as pequenas mudanças apresentadas às novas gerações ainda não conseguiram fazer com que a boneca voltasse para o auge e retomasse o seu reinado de vendas.


Não há como negar que, apesar dos seus altos e baixos, Barbie continua sendo um assunto polêmico, digno de debates e discussões. E o mais estranho disso tudo é que o futuro dela depende de quebrar sua imagem, que foi construída e cultuada durante anos.


Daniela Amaral

Pinhais, 20 de maio de 2022


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