Ao nos desafiar a fantasiar e sonhar, Paul King, com sutileza e bom humor, satiriza os dramas que todos nós já vivemos, ou estamos vivendo, ainda que distantes de Bournville e da Loompalândia.
O filme Wonka, lançado no último ano (2023), conta a história de ambição e superação do jovem Willy, órfão ainda muito cedo, que sonha em construir uma potência confeiteira para honrar a memória de sua mãe.
Muito mais do que um musical, o filme retrata, com leveza, os desafios que todos nós enfrentamos, principalmente no início de uma jovem jornada empreendedora. Desde o receio de nos lançarmos contra o status quo vigente, reproduzido, na obra, pelo Império do Chocolate da Galeria Gourmet, até mesmo as imprudências às quais nos sujeitamos pela ânsia de vermos as coisas saindo do papel de forma célere.
Como um bom filme de fantasia, ao final, Willy supera de forma majestosa todos os desafios enfrentados, o que, na maioria dos casos, infelizmente não condiz com o percebido longe da telinha, que nos reserva uma realidade muito mais descolorida e silenciosa.
Nem tão céu e nem tão terra, o filme é uma ótima indicação para quem quer se desafiar a fantasiar e sonhar, pois, como já diria Willy Wonka, “as coisas não têm sido fáceis para você, mas irão melhorar”. Fica a recomendação.
Paulo Guilherme A. dos Santos Giffhorn
Curitiba, 19 de abril de 2024
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